Época baixa? Nem pensar...!
Não há épocas baixas em Fotografia. Cada época do ano, cada estado da meteorologia, tem as suas características próprias que são sempre apelativas fotograficamente: o tempo cinzento, o nevoeiro, as luzes artificiais (mais quentes) associadas às luzes naturais (mais frias), a neve, a humidade, árvores nuas, folhas caídas com cores improváveis, os céus carregados de nuvens extraordinárias e ocasos absolutamente magníficos. Há temas que talvez funcionem melhor que outros, mas há sempre assuntos fotogénicos no Inverno.
A fotografia pinhole não constitui uma excepção. Fotografar com papel, sendo a luz muito fraca com tempo nublado, pode conduzir a tempos de exposição demasiado longos; além disso, não sendo prático utilizar latas e caixas de madeira ou de cartão com tempo húmido, muitas vezes com vento, onde tudo está molhado e não podemos pousá-las em lado nenhum, a solução é fotografar com câmaras pinhole de película, ou SLRs de lentes intermutáveis onde substituímos a objectiva por uma tampa estenopeica.
Não é a mesma coisa que obtermos imediatamente uma imagem impressa com 18x24 cm, ou fotografias super-panorâmicas, entre outras possibilidades criativas da fotografia pinhole, mas, em contra-partida, podemos fazer 12, 24 ou 36 imagens de seguida (consoante o tipo de câmara que utilizarmos), revelar o rolo em casa e, no mesmo passo, fazermos provas de contacto, por exemplo, sem precisarmos de um verdadeiro laboratório de fotografia.
Perguntam-nos frequentemente que equipamentos são necessários para se montar um laboratório portátil ou provisório; a fotografia pinhole tem tudo a ver com isso:
- Câmaras pinhole de película: a Holga Pinhole 120 (à esquerda), e a Zero Image 2000 / 120 (à direita). Estas câmaras utilizam ambas película 120 que se encontra sempre em três lojas de Lisboa (Colorfoto, João Sousa Valles e Name Loja), ou à venda pela Internet. Ambas fazem imagens 6x6 cm (12 fotografias), sendo que a Holga pode fazer também imagens 6x4 cm (16 fotografias). O tripé é um acessório barato e recomendado.
- Câmara reflex de lentes intermutáveis (SLR), totalmente manual. Na imagem pode observar-se a tampa pinhole do corpo da câmara, que substitui a objectiva tradicional. O estenopo (o furo pinhole) foi realizado na chapa metálica redonda; esta foi depois colada à tampa, centrada sobre um orifício um pouco maior que o estenopo da chapa. Na falta de uma tampa original, pode-se recortar uma chapa redonda com o diâmetro do encaixe da baioneta, e fixá-la, provisoriamente com um cordão de massa adesiva "bostik" - que não deixa qualquer resíduo depois de retirada. O cordão de "bostik" tem também a função de impedir a entrada de luz entre a chapa e a baioneta; atenção portanto a este detalhe...!
- Químicos de processamento para papel e película. Na imagem há dois químicos opcionais: o banho de paragem (ou banho de "stop") e o agente de lavagem final; no entanto, apesar de ambos poderem ser substituídos por água simples, recomenda-se a utilização destes líquidos. Há também reveladores que servem simultaneamente para papel e película, e, nesse caso, os químicos imprescindíveis para trabalhar em casa, de forma simples e artesanal, limitam-se a dois (revelador e fixador) e não aos cinco aqui apresentados.
Não há épocas baixas em Fotografia. Cada época do ano, cada estado da meteorologia, tem as suas características próprias que são sempre apelativas fotograficamente: o tempo cinzento, o nevoeiro, as luzes artificiais (mais quentes) associadas às luzes naturais (mais frias), a neve, a humidade, árvores nuas, folhas caídas com cores improváveis, os céus carregados de nuvens extraordinárias e ocasos absolutamente magníficos. Há temas que talvez funcionem melhor que outros, mas há sempre assuntos fotogénicos no Inverno.
A fotografia pinhole não constitui uma excepção. Fotografar com papel, sendo a luz muito fraca com tempo nublado, pode conduzir a tempos de exposição demasiado longos; além disso, não sendo prático utilizar latas e caixas de madeira ou de cartão com tempo húmido, muitas vezes com vento, onde tudo está molhado e não podemos pousá-las em lado nenhum, a solução é fotografar com câmaras pinhole de película, ou SLRs de lentes intermutáveis onde substituímos a objectiva por uma tampa estenopeica.
Não é a mesma coisa que obtermos imediatamente uma imagem impressa com 18x24 cm, ou fotografias super-panorâmicas, entre outras possibilidades criativas da fotografia pinhole, mas, em contra-partida, podemos fazer 12, 24 ou 36 imagens de seguida (consoante o tipo de câmara que utilizarmos), revelar o rolo em casa e, no mesmo passo, fazermos provas de contacto, por exemplo, sem precisarmos de um verdadeiro laboratório de fotografia.
Perguntam-nos frequentemente que equipamentos são necessários para se montar um laboratório portátil ou provisório; a fotografia pinhole tem tudo a ver com isso:
- Câmaras pinhole de película: a Holga Pinhole 120 (à esquerda), e a Zero Image 2000 / 120 (à direita). Estas câmaras utilizam ambas película 120 que se encontra sempre em três lojas de Lisboa (Colorfoto, João Sousa Valles e Name Loja), ou à venda pela Internet. Ambas fazem imagens 6x6 cm (12 fotografias), sendo que a Holga pode fazer também imagens 6x4 cm (16 fotografias). O tripé é um acessório barato e recomendado.
- Câmara reflex de lentes intermutáveis (SLR), totalmente manual. Na imagem pode observar-se a tampa pinhole do corpo da câmara, que substitui a objectiva tradicional. O estenopo (o furo pinhole) foi realizado na chapa metálica redonda; esta foi depois colada à tampa, centrada sobre um orifício um pouco maior que o estenopo da chapa. Na falta de uma tampa original, pode-se recortar uma chapa redonda com o diâmetro do encaixe da baioneta, e fixá-la, provisoriamente com um cordão de massa adesiva "bostik" - que não deixa qualquer resíduo depois de retirada. O cordão de "bostik" tem também a função de impedir a entrada de luz entre a chapa e a baioneta; atenção portanto a este detalhe...!
- Químicos de processamento para papel e película. Na imagem há dois químicos opcionais: o banho de paragem (ou banho de "stop") e o agente de lavagem final; no entanto, apesar de ambos poderem ser substituídos por água simples, recomenda-se a utilização destes líquidos. Há também reveladores que servem simultaneamente para papel e película, e, nesse caso, os químicos imprescindíveis para trabalhar em casa, de forma simples e artesanal, limitam-se a dois (revelador e fixador) e não aos cinco aqui apresentados.
Na imagem mostra-se ainda um rolo de película 135 (Rollei Retro 400) e um rolo de película 120 (Kodak Tmax 100), onde se pode apreciar a diferença de largura entre ambos (35 mm Vs. 60 mm).
- Equipamento de base para um laboratório portátil: dois iluminadores vermelhos portáteis, com ficha eléctrica e interruptor, cujas lâmpadas são fáceis de substituir caso se fundam; quatro cuvetes 18x24 cm; um pack de três pinças, copos medidores e um tanque de revelação para película. Com este conjunto é possível fazer processamento de película e papel fotográfico em qualquer local que se possa isolar da luz (casa de banho, arrecadação, dispensa, etc.). Poderemos assim realizar fotografias pinhole, fotogramas, provas de contacto (para as quais é necessário ainda um vidro e uma fonte de luz branca intensa) e revelação de películas. As luzes vermelhas podem adquirir-se nas mesmas lojas, anteriormente referidas, e talvez ainda em algumas FNAC.
O preço dos químicos e do equipamento básico de laboratório rondará os 100 Euros (incluindo os iluminadores vermelhos), comprados separadamente. Em kit existem conjuntos mais completos ao nível dos equipamentos, mas sem químicos e sem luzes, em torno dos 75 Euros.
- Equipamento de base para um laboratório portátil: dois iluminadores vermelhos portáteis, com ficha eléctrica e interruptor, cujas lâmpadas são fáceis de substituir caso se fundam; quatro cuvetes 18x24 cm; um pack de três pinças, copos medidores e um tanque de revelação para película. Com este conjunto é possível fazer processamento de película e papel fotográfico em qualquer local que se possa isolar da luz (casa de banho, arrecadação, dispensa, etc.). Poderemos assim realizar fotografias pinhole, fotogramas, provas de contacto (para as quais é necessário ainda um vidro e uma fonte de luz branca intensa) e revelação de películas. As luzes vermelhas podem adquirir-se nas mesmas lojas, anteriormente referidas, e talvez ainda em algumas FNAC.
O preço dos químicos e do equipamento básico de laboratório rondará os 100 Euros (incluindo os iluminadores vermelhos), comprados separadamente. Em kit existem conjuntos mais completos ao nível dos equipamentos, mas sem químicos e sem luzes, em torno dos 75 Euros.
imagens: Rui Cambraia